O Encilhamento é um romance brasileiro de Alfredo d'Escragnolle Taunay, o Visconde de Taunay, que possui como cenário a Crise do Encilhamento ocorrida logo no início da república.
Usando personagens reais com nomes modificados mas praticando ações relacionadas com as que empreenderam na vida real, Taunay compõe um minucioso retrato da euforia especulativa que ficou conhecida como Encilhamento. Monarquista e amigo próximo do imperador Pedro II, Taunay, construiu uma poderosa metáfora para promessas que a República fracassara em cumprir e expos as falhas éticas do novo sistema de governo.
Para prender a atenção do leitor, Taunay criou uma trama na qual o personagem principal se vê dividido entre viver uma aventura com uma mulher casada ou seguir o rumo natural que a sociedade esperava dele: casar-se com uma jovem. Entre festins e conversas de gabinetes, o ambiente do Encilhamento é retratado de forma entrelaçada com críticas veladas ao militarismo vigente na recém imposta República.
“O Encilhamento” chamou a atenção do público carioca ao ser publicado como uma novela no extinto jornal Gazeta de Notícias, ganhando a primeira edição em volume reunido ainda em 1893. O romance teve imensa e duradoura influência sobre a historiografia.
Nesta edição apresentada pela Montecristo Editora foi enriquecida com a inserção de citações que contextualizam as referências do livro à mitologia greco-romana, à produção literária da época, além da tradução de diversas frases de efeito, grafadas principalmente em francês e latim. Conta também com valioso prefácio de Jean Tosetto, O autor e editor de livros de investimentos da Suno Research.